São sombras, são murmúrios
que me invadem o sentir
num silêncio doce de afago,
abraçam-me na minha solidão
e aconchegam-se na minha
alma!
Calam fundo as minhas
palavras,
aquelas palavras esmorecidas
pelas tardes vazias da minha
vida,
que perderam a voz da
serenidade
e se tumultuam em
inquietudes,
que só os luares dos meus
anseios
iludem com a utopia das
estrelas!
Alvoradas das minhas
Primaveras
nascem pálidas, cansadas,
sem sol,
turvadass pela luz diáfana
das quimeras,
perdem-se nas maresias sem
farol!
Navego em mim pelas veias do
meu rio,
fluxos vermelhos da minha
essência,
por vezes cálido, outros com
muito frio,
sou tenaz timoneiro da minha
existência,
desistir é fraqueza,
continuar é desafio,
encontrarei o remanso da
minha resiliência
José Carlos Moutinho