domingo, 15 de abril de 2018

No meu peito


Ouço o murmurar das ondas
do mar, que no meu peito existe,
cantam-me odes de paixão
em sintomáticas melodias de saudade,
parecem sopros de calmos ventos
vindos da lonjura de um certo tempo,
vêm perfumadas de maresia tropical,
coloridas de matizados sóis de verão
que pintaram as minhas vivências
e que agora me despertam
desta nostalgia que se colou em mim!

Certamente, nem a tempestade
que por vezes se desencadeia dentro de mim
conseguirá soçobrar esta saudade
que teimosamente emerge
do mais profundo da minha lembrança

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Que...




Que as vozes da desunião
voem nos ventos da quietude,
para que tenham a graça do discernimento,
que as palavras silenciosas
se façam abraços,
e que os sorrisos sejam alegria
aconchegada em cada coração!

Que a serenidade da brisa
seja afago do vagabundo perdido da sociedade,
e que o sol, transforme esta sociedade
em humana existência!

Que em cada Luar que nos ilumina
haja a Luz bastante para retirar da escuridão
almas sofredoras
de gente infeliz, involuntariamente,
e de outra gente que faz da vida uma guerra,
pensando, quiçá, que lhe pertence a razão,
fruto do seu distorcido modo de viver
e da sua arrogante e convicta perenidade.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 9 de abril de 2018

O entardecer da vida





Quando o entardecer da minha vida
se aproximar do final da minha estrada,
quero partir abraçado aos versos do último poema
que eu tenha estado a pintar com derradeiras palavras…

e, se o tempo não me der a oportunidade de o completar,
peço aos amigos que, eventualmente,
estejam junto de mim, que o façam
e o leiam depois, para que eu o sinta,
no calor da vossa presença,
apesar da minha imobilidade física
estarei presente em pensamento!

Acredito sinceramente que irei encontrar por lá,
pelo infinito desconhecido, alguma outra tertúlia,
onde, talvez, a poesia seja entendida
de uma forma mais simples,
sem protagonistas privilegiados,
sem classes sociais,
sem nenhuma exposição favorecida,
todos serão iguais, onde somente se diferenciará a qualidade
porque essa será sempre inquestionável,
tanto na Terra,
como no Além.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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