sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Mutações





Voavam livremente, soltos
como pétalas de sorrisos
os murmúrios que a brisa
carregava nas asas do tempo…

Inquietava-se o sol escaldante
pelos cintilantes reflexos
que se desprendiam do dorso do mar
e esvoaçavam pelo céu
indo abraçar-se às falésias 
que as horas silenciavam…

Entardecia rapidamente
no desassombro do horizonte,
que, de braços abertos, escondia o sol
e sorrindo ao matizado da mudança,
beijava o cinzento que se fazia noite…

O milagre repetia-se…
Da luz fazia-se escuridão
e esta, quase envergonhada
dava a vez a uma luz ténue azulada…
Nascia o luar de encantamentos
de feitiços e de mistérios
de amores e de paixões
de imaginações e quimeras…

José Carlos Moutinho

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Divagando




Com o voar das gaivotas
vai o meu sentir vagabundo
pelos céus da esperança
buscando terras remotas
por esse imenso mundo.

Se eu não encontrar meu porto,
voarei por aí sem destino
ainda que perca o caminho,
desistir eu não suporto,
só se eu perder meu tino.

Sou viajante deste mundo,
cavalgo mares de ilusões,
navego campos de alegria,
sou o sentir mais profundo
no voo das minhas emoções.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

É melhor desistires


Não sei mais o que fazer
se devo deixar-te ou não,
o amor que dizes ter
não é mais que pura ilusão,
assim, quero-te esquecer

Não adianta insistires,
escuta o que eu te digo,
chega de tanto mentires,
és pra mim um perigo,
será melhor desistires

Vou seguir meu caminho
Mesmo contra tua vontade,
Deixas-me em desalinho
que me causa ansiedade,
Adeus…com um beijinho

José Carlos Moutinho

domingo, 13 de setembro de 2015

Se não me quiseres





O sopro suave da brisa
é a caricia do teu beijo
não sejas tão indecisa
sabes que eu te desejo

Vem a mim, vem sem receio
meu coração pensa em ti
és o meu doce devaneio
o que eu sinto, jamais senti

Será paixão, ilusão ou amor
só sei que me faz bem
vejo em ti a mais bela flor
podes ser meu jardim também

E se não me quiseres
talvez eu venha a sofrer
mas é bom saberes
que por isso não irei morrer

José Carlos Moutinho

sábado, 12 de setembro de 2015

Sei o que fui e sou





Já fui chão duro de desânimo
e mar sereno da minha quietude,
também já fui temporal de ansiedade
e brisa sentida da minha acalmia,
fui mar agitado de revolta
e areia refrescante do meu discernir,
fui onda agitada do descontentamento
e maresia perfumada de afecto,
já fui árvore seca  de esperança
e florido jardim de felicidade,
fui mais do que desejei e sonhei,
também fui frustração do inalcançável,
já fui sorriso e abraço
e indignação perante a falsidade,
fui sol iluminado de franqueza
…sou luar eterno de sensibilidade…

Já fui...já fui...tanta coisa
e tanto ainda me falta ser,
Talvez o tempo que me falta
me traga o que ainda não fui…

Sei que o que fui
me orgulha de o ser.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fosse eu, uma folha...






Ah…fosse eu folha solta ao vento
esvoaçando livremente pelo infinito
sondando pensamentos tão diversos
e moldasse a felicidade nas almas tristes…

Fosse eu folha matizada de sonhos,
desenhado por cheiros de abraços sinceros,
perfumado por coloridos sorrisos de verdade
e modificasse as infelizes mentes transviadas…

Se realmente eu fosse folha voadora
que navegasse os céus da fraternidade
voasse os mares azulados da concórdia
e metamorfoseasse sentimentos desvirtuados…

Se…na verdade eu fosse utopicamente a folha
que me imagino e lograsse o que minha mente deseja,
leva-me a pensar se sou uma quimera ou um louco
que vive na simbiose deste mundo belo e desvairado
ou…um ingénuo sonhador que voa como uma folha.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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