sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quando me dizias






Quando tu me dizias
que por mim nada sentias
o teu olhar te desmentia,
pois há muito eu sabia
que sem mim não vivias.

Esquece a tua  vaidade
deixa o coração falar
o que sente de verdade
mostrando que sabe amar
rumo à felicidade.

Deves em mim acreditar
serás muito mais feliz
navegando neste mar
onde levar-te um dia, eu quis
cantar-te meu amor, ao luar.

Juntos somos a força
do querer do nosso amor,
ainda que a vida nos torça
faremos do joio uma flor.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Chamei-te





Chamei por ti, ignoraste e não respondeste,
caminhavas apressada, talvez presunçosa
não sabes porém, o que perdeste,
tinha para te oferecer uma coisa valiosa…

Vi que não resististe a olhar para mim,
mas a tua vaidade impediu-te de parar,
desde que te conheço, sempre foste assim,
e teu coração sofre por não saberes amar…

Talvez um dia, quem sabe, possas mudar,
terás de fazer alguns sacrifícios é verdade,
mas verás que vale a pena pelo menos tentar
sairás de certeza dessa tua eterna ansiedade…

Escuta o que te digo, por que te quero bem,
permite o meu abraço afectuoso e amigo,
passa para meu peito, o calor que o teu tem,
abraça-me e sente meus lábios no teu ouvido
murmurando palavras que te façam encantar,
acredita minha querida que assim fará sentido
viver com paixão e amor para receber e  dar…

Nascemos para ser felizes dizem as Escrituras,
eu que não sou do contra, concordo em absoluto,
por isso te digo para que deixes tuas amarguras
e sejas minha, pois não terás melhor substituto.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Às Mulheres





Viajando pela vida
eu tive muitas paixões,
conquistei  corações
tive muitos amores,
sofri alguns dissabores
fiz disto uma cantiga.

Sorrio à vida e ao luar,
navego em mar sereno
maresia faz-me sonhar
No desejo pleno
Em que me deixo levar
neste mundo terreno.

Mulher é o meu delírio
adoro a sua ternura,
p’ra meus olhos é colirio
pro coração brandura
se não for de martírio
quando mostra bravura.

Morena ou loira tanto faz
gosto de qualquer cor,
abraçá-las traz-me paz
meu coração cheio de amor
mostra do que sou capaz
para amar com muito ardor.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Amarras




Doem-me as mãos doridas pelas amarras,
Que esta vida louca me inflige a cada dia,
São emoções sentidas nas dores caladas
Por desilusões que eu há muito não sentia.

Corre o vento em desabrida acutilância,
Sopra as águas calmas daquele meu rio,
Agita-as num frenesim de intolerância,
E penetra-me a alma num gélido calafrio.

José Carlos Moutinho

domingo, 5 de abril de 2015

Eu e o meu pensamento



Só por que me apetece
escrevo palavras desconexas
neste papel branco inerte,
pouco interessa se são coisas banais
o que o meu pensamento inventa!
Alheio-me ao que pensam e dizem
por que sou dono do meu pensamento,
ou quiçá, o pensamento me domina,
faço das palavras o que eu bem quiser!
Critiquem, riam-se, desvalorizem
isso pouco me afecta
por que as palavras são minhas,
meu pensamento só a mim obedece
e ele, a vós ignora-vos na vossa vontade
de entrarem no seu domínio
que somente a ele pertence!
O meu pensamento é rei,
dominador da imaginação,
criador de utopias
ou de ridículas quimeras…
Pode inventar mar em pleno deserto
dar vida à folha seca
imaginar flores em arco-íris,
se desejar, será brisa que tudo arrasta,
ou tempestade de acalmia!

O meu pensamento é sereno,
por vezes louco, outras vezes apaixonado
e tantas vezes irritado!
Sim…Irritado com o que sente à sua volta
e eu…pobre de mim,
escusa-me a força para o acalmar
e tenho de o seguir pelos ventos da tristeza
arrastando-me pelos céus da revolta,
e grita…grita como possesso
que se quer libertar…
diz-se saturado de tudo,
não suporta mais tanta injustiça…

E olha-me provocante,
que não quer mais, estar em mim!
Assusto-me…
Mais que assustado, estou apavorado
que farei eu, sem o meu pensamento!?
Suplico-lhe que não saia de mim,
entramos em conflito, discutimos…
lentamente acalmo-o, continuaremos juntos,
ainda que entremos em controversos desvarios,
quero-o sempre comigo!

Jamais poderei viver sem a inquietude
do meu pensamento, essência de mim.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 3 de abril de 2015

O poema e o fadista





Canta com voz magoada
o fado em tom de balada
do poema que o poeta fez,
trina a guitarra amiga
viola segue a cantiga
a melodia toma vez.

O fado é a alma do poema,
do poema nasce o tema
solta tua voz, fadista
enche a sala de emoção
com a letra da canção
mostra tua veia artista.

Eu que fadista não sou
e às palavras não me dou
escuto fascinado
a voz do poema cantado
que na minha alma poisou
e me deixou enlevado.

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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