sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ms é Natal...




Dezembro, mês frio especial,
Porque é de festa,
Dizem que é o mês do Natal...
E este, significa amor, partilha e união;
Paradoxo...
Se afinal, tantos têm fome,
Sem uma côdea de pão para comer;
Quem se lembra desses seres de Deus,
Em corpos que se enregelam,
Embrulhados em mantos de morte,
Pela carência de abrigo e alimento?
Gente enjaulada por ideias humanitárias,
Injustiças criadas em nome de Deus,
Por este mundo... De Deus!
Mas é Natal...
Nasceu o Menino-Salvador,
Enviado pelo Divino,
Para que servisse de exemplo.
Exemplo de quê?
Da ignorância, da maldade e do egoísmo?
E são estes, que festejam esta data, com fervor,
Assim as suas consciências,
Acham que não têm culpa
E se livram desse estigma;
Ai, Mundo este, de gente estranha!
Mas é Natal....
Que importa os que morrem de frio e fome,
Se houver abundância e fogueira acesa,
Aquecendo os lares dos privilegiados?
Importa sim, consumir desmesuradamente...
E bastava a dádiva,
De uma mísera moeda em cada presente,
Para que milhões sentissem calor,
No estômago e na alma,
Pelo menos nesta data festiva!
Mas é Natal...
Aleluia!

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Céu azul




Contemplo o céu, fascinado
Pelo azul imensamente belo;
Deslumbra-me a imensidão do infinito espaço
E me reduz a uma infinita expressão do nada!
As nuvens movimentam-se em bailados
De fantástica coreografia;
Brancas, pombas alvas da paz,
Na quietude do tempo que sorri,
Acariciadas pelo brilho do astro rei!

E é nesta visão, serena, que me acalma,
Ao mesmo tempo que me alerta,
Para as nuvens negras, tenebrosas e ameaçadoras
De tempestades de forças diluvianas...

Mas agora, aqui, neste momento,
Só quero sentir a ilusão do belo eterno
Que me é oferecido,
Neste quadro de singular perfeição,
Onde as cores são distintas
Das inventadas pelos homens;
Aquelas têm um brilho irreal, esotérico,
Que nos atraem e nos elevam espiritualmente,
Para um outro espaço extasiante de emoções.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Momentos pensados




As ondas beijam as areias douradas,
Acariciam os canaviais agitados,
Murmuram poemas encantados,
Às gaivotas que voam alvoradas.

O sol alegra-se com tal movimento,
Da vida pujante de cada dia,
São emoções em doce sentimento,
Esquecidas tristezas, com alegria.

O vento rejubila a consciência
Que a suave brisa vai afagando,
Nos puros valores da essência.

Com esta harmonia da natureza,
Gritemos alto e vamos amando,
Porque vida é a grande riqueza.

José Carlos Moutinho

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desatinos da razão




Desassossego-me na escuridão dos meus medos,
Aperta-se-me o peito na ansiedade do nada,
Pensamentos que se endurecem como rochedos,
As noites carregam lembranças da amada,
Dos carinhos passados, sussurrados em segredos
E das mágoas que renasciam pela alvorada.

E os gritos soltos nas dores do entardecer,
Recordam momentos de tortura e desencanto
Que se agitavam nos desencontros do querer
E onde devia sorrir o amor, acontecia o pranto,
As emoções turvavam-se a cada amanhecer,
A paixão e o amor perderam o seu encanto.

Perdem-se nas trevas do discernimento,
A beleza de um viver pleno de alegria,
Prefere-se o abraço duro do sofrimento,
À razão afagada na doçura da acalmia,
Desatinos da humanidade inconsequente,
Que seria mais feliz, na ilusão da utopia.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A chuva ao som de Adagio




Hoje o dia tem a tristeza do cinzento;
Chove lágrimas de dores sofridas,
Nos pingos de amarguras sentidas;
O soprar do vento ecoa bem fundo
Nas almas adormecidas,
Que se afogam na chuva intempestiva,
Em choros de razões desconhecidas!
E caem fortes bátegas diluvianas,
De emoções desencontradas,
Na penumbra deste tempo
Que se escurece,
Na ausência da luz escondida;
O bater das gotas fortes da chuva,
No chão que me sustenta,
Faz-me sentir profundamente
“Adagio”, bela e triste melodia,
Vibrar no meu coração
Sonhador, carente...
Por outros momentos de paz,
Na luz que trará o calor que me animará,
No sol fonte da vida,
Que seque as mágoas desta chuva,
Que não desejo.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Deixo-me levar...




Sufoco neste vazio que me estrangula,
Sinto-me soçobrar no silêncio que me ecoa,
Este nada que me tortura os sentidos,
Coíbe-me os pensamentos
E grita-me alertas de desalento!

Quando os sons se despertam,
Acordam-me a vontade,
De me libertar do espaço que me contém;

Amotino-me e levo-me sem destino,
Em emoções inventadas,
Por outros vazios de silêncios cantados,
De mágicas melodias silenciosas!

Na carícia de cristalinas águas por rios,
Que deslizam em leitos de pétalas,
Adormecido em sonhos matizados,
De sensações fluídas no fascínio do arco-íris,
Abraçado por luares de azul celeste
E iluminado por uma infinidade de estrelas,
Maior que o céu,
...Deixo-me levar...

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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