sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Emoções descontroladas




Dispo-me das gotas da chuva, que teimam em sufocar-me,
Tentando que me esqueça de ti,
Fechando-me os olhos, com a água fria,
Que desliza pelo meu rosto, ansioso do teu beijo
E tentando que a visão do teu corpo se ofusque,
Clareio o véu que me tolda o desejo de te ver,
E...
Apareces-me bela, solta, sorrindo,
Cabelos negros ao vento, crinas de potra indomável,
Vens com o teu ar provocante em pose de sensual êxtase;
Caminhas ondulante, gingando as tuas coxas,
Cruzando delicadamente as pernas a cada passo,
Em movimentos de modelo, desfilando na passerelle
Do prazer e da louca vontade de te abraçar,
Prender-te a mim, num amplexo interminável,
Em que os nossos corpos se fundissem,
Na volúpia de emoções descontroladas,
Perdidas na subconsciência da razão
E deixarmo-nos levar no desfalecimento,
Sufocante do beijo que gruda as nossas bocas
E nos fazem atingir o clímax do prazer,
De todos os sentidos.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Desumanizados




O vento sopra as folhas secas de outono.
Desperta a alvorada das emoções,
Voadas na timidez da luz,
Abraçadas a vontades por inventar!
Tristezas e sorrisos moribundos
Nos rostos sem expressão;
Sentidas e doridas vicissitudes,
Pensamentos vagos, sem memória,
Esvoaçam como borboletas perdidas,
No vazio do espaço,
Deambulantes, de asas caídas,
Buscando um lugar de acolhimento!
É a vida sem razão de ser vivida,
Na visão do nada;
É o escurecer do crepúsculo,
Que irá morrer no breu da noite;
É o agasalho que não cobre do frio;
O estômago que se cola nas costas;
Pés descalços
Torturados pelas pedras da calçada;
É o leito do chão duro sob o viaduto;
O aconchego da manta de cartão,
Que os esconde da vergonha
De serem humanos,
Desumanizados.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Filosofando




Levo-me no vento que me abraça,
Absorto em pensamentos de delicados momentos,
Que a vida serenamente nos oferece;
Murmuro-me palavras de alento,
Para as caminhadas por estradas vazias,
Desbravarei campos de ervas bravias,
Enfrentarei contradições de terras secas,
Das emoções sofridas, com chuvas sentidas;
Secarei pântanos de infortúnios,
Com as areias do oásis do meu sentir;
Serei o condor que domina o espaço que me cerca,
Afastarei com os meus braços, feitos asas
Aves predadoras, em busca de carniça;
Irei descobrir no Infinito misterioso,
O amor perpétuo, de intensas sensações,
Farei das quimeras, reais emoções,
E verbos de amar, das utopias;
Serei metamorfose que tudo mudará para o bem!
E vou por aí, em luta constante,
Até que o momento me tome,
Deste mundo tresloucado,
E me leve nas suas garras, sem regresso.

José Carlos Moutinho

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Imaginando-te




Deixo-me mergulhar no imenso lago dos teus olhos,
Navego no verde da tua íris
E como se flutuasse, levo-me no encanto
De um sentir que me penetra os sentidos;
Fascino-me num torpor lascivo,
Ao imaginar a volúpia do meu beijo
Nos teus lábios vermelho carmim
E na emoção do toque da minha língua,
Na tua boca, feita ânsia
Do meu desejo!
Perco-me na imaginação e da perda da razão,
Num deslumbramento desatinado,
Que se acentua no brilho do teu sorriso,
Como sol do meu querer!
Viajo pela sensualidade do teu corpo,
Elegante, perfeito, de musa inventada;
Deslizo-me pelas dunas
Que te envolvem as curvas
E entrego-me à mansidão,
Dos meus braços que te enlaçam
E das minhas pernas que te prendem;
Somos um só corpo,
Numa anatomia coreográfica,
De total prostração,
De absoluta entrega de prazer e paixão.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Levo-me no imaginário




Gira o mundo sem parar...
Voam os meus pensamentos sem destino,
Exaltam-se as minhas emoções;
Passa por mim, suave, a brisa
Que me afaga a alma, na quietude das horas;
O meu sentir delicia-se no silêncio,
Do luar que me envolve!
Sorrio para o nada,
Porque em meu redor só existe o nada,
Neste nada que tudo contem,
Na paz que acaricia os meus sentidos!

A alvorada aproxima-se, preguiçosa
Cintilando no despertar da vida,
Abraçando o universo;
São momentos de empolgante emoção,
Que a cada dia se repetem
E que tantas vezes ignoramos,
E deixamos de sentir o pulsar,
Iluminado da nossa existência!

Desperto desta sensação letárgica
E escuto agora o vibrar em torno de mim,
Das folhas que se agitam no toque,
Do beijo que o vento lhes oferece!

Aspiro o doce e lânguido aroma
De delicadas flores, que me olham,
Parecendo sorrir-me pelas pétalas,
Que se desnudam em múltiplas cores!

Deixo-me levar no imaginário
De que sou de outra galáxia...

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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