quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mar de girassóis




Levo-me no sopro do vento
Por esta estrada de quimeras,
Que serpenteia pelo mar de girassóis,
Tal galáxia de vários sóis,
Nesta minha visão mirabolante,
De um mundo de fascínios;
O dourado das suas pétalas,
Que rodeiam o seu coração,
No receptáculo de coroas celestiais,
Suportadas pelos caules que oscilam ao vento,
No deslumbrante verde das suas folhas,
Por onde deambulo, floresta imaginada
E como se fosse o paraíso, relaxo
Numa acalmia que me alucina;
Elevo-me numa sensação de paz
E envolvo-me em pensamentos soltos,
De emoções belas e vadias,
Livres nas fantasias e ilusões,
E voo nas plumas do sentir a vida.

José Carlos Moutinho

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Não desistirei




As musas abandonaram-me,
Deixaram-me sem inspiração.
Procuro a fonte das águas que espelhavam
O reflexo das minhas ideias
E não encontro nada!
Somente uma fonte que secou,
Pela aridez dos ventos frios,
Vindos do norte das desilusões!
Sento-me de frente para a fonte,
Indago daquela indiferença para comigo
E recebo o silêncio como resposta,
Numa arrogante atitude de desprezo.
Abandono-a e vou em buscar do mar,
Quem sabe se as sereias me indicam algum caminho,
Onde eu encontre as letras que tanto preciso?
Mas nem as sereias me atendem,
Dizem que estão ocupadas
Com outros poetas maiores.
Ainda mais me entristeci, mas não desisti!
Ficar aqui, neste deserto, sem ilusões,
Que não me despertam as emoções,
É como sentir falta do ar que me faz viver.
Quero ir em buscar dos sonhos,
Voarei nesta brisa, que me tocou de leve
E certamente chegarei ao que quero.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cantar a uma só voz



A minha alma cantava dentro de mim
Qual rouxinol na gaiola,
Eu queria soltá-la e deixá-la voar,
Mas ela teimava em ficar!
Respondia que a sua liberdade
Era estar junto do meu coração,
Que lhe escrevera a poesia que ela cantava
E que havia achado o poema da sua vida;
Era um poema simples, de estrofe livre,
Com a rima das ilusões
E a métrica do tamanho das emoções,
A sua estrutura era o amor soberano,
E onde a paixão corria livremente,
Numa liberdade dos sentidos apurados
E a alma cantava, na liberdade que o coração lhe dera
E juntos fizeram uma melodia de encantar,
Compuseram um hino ao amor
Que com a alegria do sol brilhante
E o fogo de um vulcão, gritavam bem alto
Que a liberdade deles
Estava dentro do meu corpo,
E assim continuariam,
Enquanto um, fizesse poesia para o outro,
Desejando que a inspiração e a voz
Jamais se extinguissem,
E para todo o sempre cantassem
A uma só voz!

José Carlos Moutinho
29/5/11

domingo, 12 de junho de 2011

Ainda é Primavera




As andorinhas voavam,
No seu esvoaçar rápido e desengonçado
Para os seus ninhos nos beirais do telhado,
Alimentando carinhosamente as suas crias;
Era uma casa no meio de tantas outras,
Mas só aquela estava coberta de ninhos,
Numa fileira simetricamente alinhada,
Criando a ilusão pictórica de algum Picasso;
Elas mostravam nos seus votos repetidos e velozes,
Que estamos na Primavera,
Embora esta se vá diluindo no tempo,
Talvez por isso a sua veloz deslocação!
Fiquei encantado a olhar a beleza
Das suas obras arquitectónicas
E do seu trabalho repetitivo, sem descanso;
E elas voavam…
Iam e vinham num labor de encantar,
E deslumbravam nas cores das suas penas,
Somente duas, as principais na tela das cores:
Branca, da alegria, da paz e da vida;
Preta, da tristeza de que a vida um dia acaba.

José Carlos Moutinho
12/6/11

No sopro da brisa



No sopro da brisa
Envio-te um beijo em pétala de rosa,
Vermelha de paixão
Cor de sangue do meu coração;
Tomara que a ventania
Não sopre mais forte que a brisa
E que o meu beijo não se perca
Por atalhos adormecidos!
Vai, brisa, vai, por jardins floridos,
E que o beijo para a minha amada,
Chegue mais perfumado;
Que o aroma das flores,
Penetre bem fundo na sua alma
Em fusão com a minha!
Desvia-te das ruelas sem saída,
E deixa-te levar, como uma pena
Nas asas do meu sonho!
Vai, brisa, flutua junto comigo
Levemos intacto o meu beijo
Perfumado e doce,
Embrulhado na minha emoção.

José Carlos Moutinho

24/5/11

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Fraternidade em tons de luar




Quero soprar as pétalas das flores,
E fazer voar delas centelhas de ilusões,
Que permitam o sonhar de emoções,
Em tanta gente que nada tem!
Gostaria de sentir entre os dedos,
O ar que fizesse metamorfosear a esperança
E que das minhas mãos saíssem,
Flashes de uma luz inventada,
Que iluminasse a penumbra de tantos seres,
Alguns até em total escuridão!
Sentiria imensa alegria ao abrir os meus braços,
E deles brotassem a felicidade e a igualdade!
Ah…como eu gostaria que bastasse um sorriso,
Um sorriso só, dos meus e todo o mundo sorrisse!
Se eu gritasse …
E do firmamento caíssem como estrelas cadentes,
Pão para os de sorte esquecida
E luz para os de mente anoitecida;
Se em cada esquina que eu virasse,
Encontrasse um rosto com o brilho do sol
E em cada rua, de asfalto negro
Crescesse a fraternidade em tons de luar!                                               
Se o meu pensamento conseguisse a mutação
Do mal pelo bem, da tristeza pela alegria,
E da guerra pela paz,
Eu seria outro, seria feliz,
Por trazer a felicidade…
Mas sou tão-somente humano!

José Carlos Moutinho
5/6/11

domingo, 5 de junho de 2011

Centelha do amor




Um dia irei plantar violetas em Marte
E na Lua, orquídeas e rosas;
De Marte, colherei utopias
E quimeras, certamente virão da lua;
Pelos ventos espalharei ilusões,
Cultivarei amor na Terra
E semearei emoções pelas estrelas;
Farei do mar o leito onde dormirei as fantasias,
Navegarei nas ondas dos sonhos desejados,
Cantando canções de amor,
Numa nave feita de folhas de maracujá,
Sorvendo o néctar do seu fruto da paixão;
Escutarei o sussurrar do vento,
Dentro do meu peito
Nos sons dos instantes perdidos
E nas velas dos sentimentos,
Deixo-me levar pelo ondular
Do vibrar dos meus anseios;
Irei ao encontro do sol
Que com a sua luz de fogo,
Acenderá a centelha do amor
E deixarei o mar adormecer na areia.

José Carlos Moutinho
30/5/11

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

Ver esta publicação no Instagram

Live Planeta Azul Editora

Uma publicação partilhada por Planeta Azul Editora (@planetazuleditora) a