Crepita-me como fogo
O sangue do meu desejo,
Nas veias da minha paixão
Quando sinto a brisa da tua passagem,
Que me envolve no fogo do meu querer
E cresce célere o anseio de te abraçar!
Sentir-te em meus braços,
Faz-me voar por mundos surreais!
Se me beijas, esqueço tudo,
Menos o gosto do teu beijo
Que é de mel, com sabor a essência de rosas,
Numa mistura que me perturba
E me deixa alucinado,
Levando os sentidos à exaltação
E perda da noção do tempo e do espaço
Numa doce e inconsciente volúpia,
De sensações esmorecidas das vontades,
A um desfalecimento de prazer intenso;
E assim, num abraço intemporal,
Corpos em desassossego,
Perdemo-nos no fôlego ardente dos nossos beijos.
José Carlos Moutinho