quinta-feira, 10 de março de 2011

Amor e humanidade






Olhai as pedras da calçada,
Como elas brilham com o reflexo do sol.
Reparai no sorriso das rosas,
Que marginam as ruas.
Sintam o veludo do chão onde pisais,
Vede como tudo se conjuga numa beleza infinita.
Agarrai o algodão das nuvens,
Aspirai o perfume da brisa,
Riam-se com o ridículo dos momentos!

Chorai com o sofrimento,
Condoam-se com os desfavorecidos,
Mas não os abandonem, não os desprezem.
Não olheis com desdém, como se fossem estranhos,
Esses também têm direito ao brilho da calçada,
Ao sorriso das rosas,
E ao veludo do chão.
Assim, como merecem
Segurar nas suas mãos calejadas,
O algodão das nuvens.
E sentirem o cheiro perfumado da brisa.
Este mundo é pequeno,
Mas enorme, onde cabemos todos nós
É só haver harmonia,
Entendimento, partilha, justiça
E amor,
Muito amor e humanidade.

José Carlos Moutinho


quarta-feira, 9 de março de 2011

Lutemos eternamente




Cintilam como coriscos, as estrelas
Que lá no alto do firmamento
Nos contemplam e nos iluminam,
Na escuridão das nossas tristezas.
O azul escurecido pela noite, mas brilhante pelo luar,
É como um manto divino que nos protege,
Dando-nos alento para enfrentarmos,
Dragões invisíveis nesta labuta,
Por vezes inglória,
Contra o tempo e tudo.
Paredes invisíveis, como carapaças,
Impedem que os nossos sonhos
E ilusões, singrem na corrida pela vida.
Semeamos, plantamos, amor e carinho,
Nesta Terra de Deus….
E colhemos amarguras e desilusões.
Mas as estrelas, que cintilam,
E o luar que nos ilumina lá estão,
Querendo dizer-nos que não,
Desistamos do amor, porque ele é tudo!
Lutemos sempre, como titãs,
Porque algum dia, bem distante,
Algum dia, vamos vencer.

José Carlos Moutinho

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher


Imagem da net


Olá Mulher,
Que me fascinas com a tua beleza
E o teu caminhar ondeante
Como se flor fosses,
Beijada pela brisa do encantamento.
Tu que eu tanto admiro
Pela tua pose altiva…
E simultaneamente submissa.
Tu, mulher que és amada
Até aos extremos
E vilipendiada, pela loucura
Dos homens
Mas tu, Mulher és um ser superior
Porque procrias, amamentas,
Porque és mãe.
Tens a divindade
Que a Natureza te concede
E o dom de parir.
Só tu, Mulher tens a dor no amor
De ter um filho.
Não permitas que te explorem
Revolta-te contra os energúmenos
Tu tens as armas com que podes lutar
E vencer:
És bela, tens graciosidade, tens encanto
És mulher.

J.C.Moutinho

Vaidade e presunção




Surges na calada da noite
Inesperadamente,
Bela e nua…
De sentimentos e de emoções.
Deslumbras com a tua presença,
Desencantas pela tua vaidade e arrogância.
Não passas de um corpo lindo,
Numa cabeça oca de atitudes;
És uma criatura infeliz,
Na tua insignificante ignorância.
Olha em teu redor…
Repara na humildade de quem passa,
Sente-lhes o calor das áureas,
Que as envolvem na sua singeleza
E aprende-lhes a sua beleza.

Vem, sei que podes mudar,
Desce desse teu pedestal,
Torna-te gente normal
Sê tu, um ser humano.

Porque um dia,
Serás um velho retrato enrugado
Não passarás de uma figura,
Desbotada e triste.

E pensarás que de nada te valeu,
Tanta vaidade e presunção.

José Carlos Moutinho

segunda-feira, 7 de março de 2011

A sensação da paz




Escurece,
O luar vai surgindo
No esplendor da sua luz ténue;
Sentado, lá no final do cais,
Com os pés roçando a água do mar,
Vagueiam os meus olhos, pelo horizonte
Em busca de nada, ou de tudo.
A tranquilidade do momento,
Me seduz e transporta-me à felicidade
Ou a um estado de alma fascinante,
Que me faz ansiar não ter fim.
Olho o céu, vejo as estrelas como rosas,
Cujas pétalas multicolores caem,
Numa chuva de deslumbramento.
Todo o firmamento se tornou
Uma paleta de cores miríades, cintilantes.
Esqueço de mim e do tempo.
Ignoro tudo o que me rodeia,
Ouço o murmurar das ondas,
Que vêm beijar, docemente,
As estacas do cais, onde me sento.
É uma sensação indescritível,
De paz.

José Carlos Moutinho

sexta-feira, 4 de março de 2011

Folhas, pingentes de cristal



Deixo-me envolver pela sombra
No abraço da árvore,
Que me conforta do meu cansaço.
Os seus ramos, como braços estendidos
E as suas folhas, como pingentes de cristal
Reluzindo ao sol, são a minha acalmia.

Fico imaginando a tua imagem bela,
De mulher elegante e sorridente
E revivo belos momentos vividos.

Os raios de luz, que passam através da copa
Tornam o ambiente delicadamente
Sensual e deslumbrante.

Fecho os olhos…
E sinto-te sentada a meu lado;
Afagas as minhas mãos,
Numa ternura extasiante.
Encostas a tua cabeça no meu ombro,
Sussurras-me palavras cálidas, imperceptíveis,
Mas de um efeito afrodisíaco.

Deixo de ser eu,
Pois tornei-me o amor em ti
E tu a paixão em mim.

Continuamos abraçados pela árvore,
Nos seus ramos longos
E pingentes de cristal, como folhas,
Iluminando este amor.

José Carlos Moutinho


quarta-feira, 2 de março de 2011

Porque tu estás em mim



Sou o mar calmo que te aquieta o coração
E a onda branca, que acaricia a tua alma.
Sou o sol que acalenta os teus momentos
E o luar que ilumina as noites de fascínio.
Sou a nuvem branca que te abraça
E a brisa suave de um beijo,
Que sacia o teu perene desejo.
Sou o vento que te segreda o meu querer
E as estrelas que te guiarão,
Nos percursos da felicidade.
Sou o caminho que pisarás como rainha,
E a flor que te perfumará.
Sou o ar que respiras,
E a paixão de que te alimentas.
Serei tudo o que quiseres,
Porque tu estás em mim
E eu sou o amor em ti!

José Carlos Moutinho

terça-feira, 1 de março de 2011

Nada



Atravesso a porta do inimaginável
Encontro o nada.
Escuto o silêncio,
Envolvo-me no vazio
De indefinida cor, irreal e frio.
Acordo os meus sentidos,
Tento captar a brisa,
Recebo o nada.
Sôfrego, aspiro o ar,
Na busca de aromas
Sinto o nada.
Estendo as mãos, agarro o nada,
Abro as mãos, cheias de nada.
O nada incomoda por ser nada,
Não se sentir, nem cheirar, nem se ver.
Grito, esperando o retorno da voz
E chega-me o nada.
Olho o infinito e só vislumbro o nada.
Nada é desespero,
Que perturba por nada.
NADA!

José Carlos Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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