sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Voltarei


Voarei nas asas do meu desejo,
Retornarei aonde fui feliz
Absorverei, prazeres sentidos
Momentos vividos,
Paixões tornadas ilusões;
Degustarei paladares esquecidos,
Amores perdidos;
Voltarei a sentir a ternura
Das noites de luar;
Dos pensamentos que voavam
E se perdiam nas consciências
Dos inconscientes,
Da minha juventude inocente,
Mas cheia de esperança;
Quero voltar
A ser acariciado pelas ondas
De um mar
Que um dia foi meu;
Aquecer-me-ei com o sol
Da minha felicidade;
Quero olhar, quem me olhava
Com paixão e amor;
Que os cheiros
Voltem a ser aspirados
Com a mesma avidez de antes;
Apanharei as folhas secas
Dos meus sonhos
E gritarei ao mundo
Que afinal estou vivo
E feliz.

J.C.Moutinho

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Memórias de um tempo


Lembranças das memórias de um tempo
Anseios em mim, tornados ilusões
E desilusões;
Caminhos da minha meninice,
De saudades sentidas;
Ruelas tortuosas de momentos,
Menos felizes;
Do querer ter e não ter,
Do olhar e não obter;
Da frustração
Da desigualdade do mundo;
Silvas das amoras do meu prazer
E do meu viver;
Era um tempo em que o céu, por vezes
Na carência, nublava;
As distancias, que achávamos longas,
São hoje, tão curtas;
As bolas de trapo,
Com que jogávamos futebol;
As brincadeiras inocentes,
Que nossas almas infantis desfrutavam;
Eram tempos de um tempo difícil,
Mas feliz;
Os gestos, as palavras,
O carinho de mãe
Tudo superava;
Até o sol tinha mais brilho
Naquele tempo;
Era a felicidade de nada ter
E tudo ter
Amor

J.C.Moutinho

Uma vontade


Ilumina-se a Terra,
Chovem estrelas de fraternidade,
O sol tem mais brilho,
É mais límpido;
O luar é mais luminoso,
Mais romântico;
As pessoas sorriem,
Cantam,
Confraternizam,
Partilham,
Acabou a fome;
Uniram-se as pessoas do globo,
Falam uma língua universal única
A do amor;
Acabaram-se as guerras,
O ar que se respira é mais puro.

Afinal, o que aconteceu,
Milagre, sonho?
Não!
Somente a utopia de um desejo
Uma imensa vontade
De que fosse realidade

J.C.Moutinho

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Porque te escondes?



Por que te escondes no casulo da indiferença
Se a tua vontade é estar junto de mim?
Por que teimas em evadir-te
Se isso é impossível?
Tu e eu somos um só,
Um amor,
Dois corpos,
Duas almas
Numa paixão.
És o cálice da flor
Da qual eu sou a raiz.
Temos as pétalas, como frutos
Das nossas vontades,
Dos nossos desejos.
Vem, vamos alimentar-nos da seiva
Que brota destas flores.
Deixa que as tempestades passem,
Espera pela primavera
E encontrar-nos-emos no verão das nossas vidas.
Passaremos todos os invernos juntos
Numa paixão avassaladora e durável.
Só tu e eu...
O mundo pode acabar.

J.C.Moutinho

domingo, 12 de dezembro de 2010

Vida




Sentado num penhasco em frente do mar,
Dispo-me das banalidades do dia a dia…
Deixo vaguear languidamente o meu olhar
E esta visão é total e doce acalmia.

O teu beijo, embalado no soprar do vento,

Sussurros das ondas são as tuas carícias,
Lá longe, no horizonte, o arco-íris…
As suas cores são como prenúncio de paz;
Vermelho, a luz da beleza do viver;
Laranja simboliza a cura dos nossos males;
Amarelo do sol, calor da nossa alma;
Verde, a cor que felizmente nos acalma;
Azul tem toda a arte da ilusão;
Lilás, tranquilidade do nosso espírito.

Extasiado, quedo-me fascinado,

Deslumbrado com este mar imenso,
Aspiro avidamente este ar intenso,
Esplendor encantado de pura beleza,
Milagre divino da natureza.

Deito-me sobre o teu manto, azul

Sou levado na tua oscilação,
Sonho com o amor, com a paixão
Bem presente que és tu, VIDA.

J.C.Moutinho

sábado, 11 de dezembro de 2010

Outro tempo


Vou pisando as pedras da calçada,
Pensativo
Neste tempo de invernia;
As folhas voam
Batendo em meu rosto,
Fazendo-me recordar
Coisas de outros tempos...
Lembro-me daquela mulher,
De rosto suave
E cabelos longos ao vento,
Que deslizavam
Por entre os meus dedos,
Numa manifestação de carinho
E êxtase.
Lembro-me do seu beijo,
Quente, forte
De grande intensidade;
Seu abraço, profundo
De total partilha
E paixão.

O luar era mais intenso
O sol aquecia a alma
Com mais profusão
Era outro tempo
Que jamais voltará.

J.C.Moutinho

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sonhos


Ladeado pelas árvores da ilusão,
Caminho pela estrada da vida,
Envolvo-me nas sombras dos meus desvarios,
Perco-me na beleza do teu rosto.

Meus desejos voam com os meus sonhos,
Sinto em mim a doçura do teu beijo.

Que a primavera seja célere
E que alguma brisa passageira,
Traga todas as cores
Do encantamento
Da sedução e do viver.

Que a neve que agora se faz presente,
Com o calor do sol,
Se torne macio algodão,
E nos acaricie no mais profundo
Da nossa alma.

Nossos segredos serão divididos,
Emoções revividas,
Sentirei novamente
A doçura de teus lábios,
O brilho de teu olhar
E a ternura do teu abraço.

Gostaria de ter hoje o teu ontem.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As palavras



Quisera ter o dom dos poetas
E dos escribas,
Fazer as palavras fluírem,
Deslizarem para o papel branco
Gravando o que me vai na alma.

Palavras que têm a capacidade
De serem boas e más;
Positivas
E negativas;
Palavras que falam de amor
E ódio;
De paixões
E desilusões;
As palavras anunciam
Boas novas
E tristezas;
As palavras podem voar,
Rastejar...
E são sempre dignas;
As palavras condenam
E absolvem;
São ríspidas e doces;
Nunca ninguém
Se zanga com as palavras,
Porque sem elas
Haveria a zanga;
É com as palavras
Que declaramos o amor
E a raiva...
Mas as palavras...
Essas, serão sempre inocentes.
Jamais quero perder a sua presença.

J.C.Moutinho

A vida



Neste mar da tranquilidade
Alheio a tormentas de outros mares,
Quero ter a serenidade
Correr todos os lugares.


Um abraço, um sorriso sincero
Ver a beleza das cores,
Desta vida é o que eu quero
Sentir o perfume das flores.


Cantar,sentir do sol o calor
A vida pujante de alegria,
Amar o próximo, sem temor
Vivermos todos em harmonia.


Viver um dia em cada dia
Sem atropelos, mas com vigor,
Tudo é efémero, diz a profecia
Sejamos pródigos em amor.


J.C.Moutinho

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tempo que voa

Passam por mim
Antes lentos, agora céleres
Os dias, os meses, os anos
É uma loucura
A velocidade temporal;

Jovem, ansiava por ser mais velho
Agora quero ser  mais jovem...
Contra senso paradoxal,
Descontentamento humano;

Os Invernos mais rigorosos,
Comentamos...

Será certamente,
Porque estamos mais conscientes...
Sentimos o frio
Da esperança de vida,
A aproximação do final
De nossos sonhos,
Nossas lutas,
Nossos encontros
E desencontros
Na vida...

Caminhamos para a eternidade.

J.C.Moutinho

Lirios do campo

Como os lirios do verde campo,
Tens a beleza encantadora,
De um sonho...
Sonho que me faz sentir-te.
As flores exalam teu perfume
E teu sorriso tem as suas cores;
O leve ondular ao vento
de suas pétalas...
Tal elegância de teu andar.
Recebo teu abraço.
Quando contemplo o campo extenso;
És a força do meu sentir,
A ilusão de meu pensar;
És uma mão cheia de tudo
E de nada....
És ausente,
Só o pensamento está  presente;
Tua alma distante,
Como nuvem vagabunda;
Só me resta olhar os lirios
Deste verde campo,
Imenso de saudade
e sonhar.

J.C.Moutinho

sábado, 4 de dezembro de 2010

Pânico

Espaços fechados,
Como casulos sem ar;
Multidão,
Aflição descontrolada ;
Formigueiro que vem,
Como uma brisa fria
Que arrepia;
Gelados suores que atormentam,
Postam-nos como seres sem vontade,
Sensação de morte iminente;
Mente transtornada,
Alma que se esvai,
Forças fraquejadas
Pela incapacidade de reagir;
Sufoca-se,
Boca que seca,
Numa angustia delirante,
Deixamos de existir...
Morte que espreita,
Sem conseguirmos ludibria-la;
Aterrorizador,
Indescritível,
Fobia do pânico
Ou pânico da fobia
Mal psíquico
Que felizmente,
Tem fim


J.C.Moutinho

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cores da saudade

Num domingo tudo terminou;
O efémero fez-se presente
No tempo de teu amor.
Agora,pinto tua imagem
Na tela de minha memória,
Com as cores da mágoa,
Desilusão e saudade.
Na paleta da realidade,
Vejo como frágeis
Eram as tintas
De teu sentimento;
Bastou uma simples água
De discórdia,
Para tudo se apagar.
Foi uma ilusória pintura,
Com tons de falsidade,
Neste quadro de paixão.
Quiçá, um dia...
Uma suave brisa,
Traga noticias de outrora.

J.C.Moutinho

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Desalento

Caminha pela rua,
Calçada, de pedras frias
Como frios
São seus sentimentos.
Vai em busca do impossível,
Encontra o vazio da esperança.
Nada!
Desalento
Numa vida triste
Sem sentido.
Até o sol,
Lhe nega o brilho
De sua luz,
Neste dia pálido,
Mas continua,
Inexorável.
É envolvido por flores
Da alegria.
Sorri,
Sorriso tímido,
Descrente.
As folhas das árvores
Roçam-lhe o rosto,
Querendo estimulá-lo
Para a vida
Caminha...
Cansado, pára
Pensa,
Reflecte
E volta a ter fé
Para  continuar a lutar,
Pela felicidade.

J.C.Moutinho

Se eu fosse poeta

Se eu fosse poeta...
Escreveria nossa história de amor,
Com as estrelas do céu
Sobre a branca neve do encantamento.

Pediria à lua,
Para que seu manto te iluminasse,
Sempre que a noite chegasse,
Para eu te contemplar.

Se o inverno chegasse,
Ao sol eu exigiria,
Que seus raios te aquecessem.

Se eu fosse poeta...
exigiria às chuvas,
que abrissem caminho
Para que pudesses passar.

Ai, se eu fosse poeta...
Terias o mundo a teus pés,
Como uma rainha
Que és,
Do meu coração. 

Se eu fosse poeta...
Serias a minha fonte de inspiração! 

J.C.Moutinho

Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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