sexta-feira, 28 de julho de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
sábado, 22 de julho de 2017
Chorava de saudade
Senti no meu peito o choro do kissanje,
chorava de saudade
pela saudade que em meu peito existe,
murmurei-lhe que se acalmasse
porque a saudade minha
era melodia que me encantava
nos dias de nostalgia...
e o kissanje sorriu-me,
então mais feliz, tocou-me uma rebita
perfumada de mangas e acácias...
fascinado, abracei longamente
a terra da minha saudade
José Carlos Moutinho
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Metáfora das folhas
As folhas
secas, deixam-se levar na corrente do rio,
viajando no
mistério do que irão encontrar,
algumas
inquietas, porém, insurgem-se
e recusam a
viagem, colando-se nas margens,
e, de lá,
acomodadas, pensando-se mais inteligentes, olham com arrogância, as que por
elas passam!
Entretanto, as
que já passaram,
chegaram ao
término da viagem
ao entrarem
pelas portas do mar!
Todavia, o
mistério ainda não acabou,
porque as
folhas que tenazmente fizeram aquela viagem,
irão navegar
temporariamente, na agitação das ondas,
até serem
expulsas da água salgada...
e
estranhamente, ou talvez não,
voltarão à
terra de onde partiram!
Ficou-lhes o
mérito da luta e a satisfação da aventura.
Foram
corajosas heroínas!
As outras, as
tais, que ficaram lá, nas margens da comodidade, ninguém mais falou delas.
Foram inúteis!
José Carlos
Moutinho
Murmúrios
Os ramos e
folhas das árvores
oscilavam
suavemente,
quebrando o
silêncio da floresta, com seus murmúrios,
murmúrios que
fizeram sentir-me um ser especial
ao permitir-me
o privilégio de, na solidão envolvente,
poder ser
mimado pelo som melódico da vida
daquelas
enormes espécies da flora!
No meu peito,
com um suspiro de prazer,
vibrou intenso
o meu coração,
na emoção de
profunda alegria e felicidade!
Estranho...como
tão insignificantes movimentos ou sons
têm o poder de
nos envolver numa doce letargia
e levar-nos a
voar por entre nuvens de oníricas fantasias!
E porque voei
na ilusão nascida em mim,
construí estas
palavras, em homenagem
aos murmúrios
das folhas que me encantaram.
José Carlos
Moutinho
Alerta ou Revolta !?
Porque será
que, de há uns 3 anos para cá, têm surgido tantas editoras?
Será porque na
mesma proporção têm surgido poetas e escritores, e são estes, que têm de vender
os seus trabalhos?
Será que as
editoras descobriram a mina, iludindo tanta gente a escrever, bem ou mal,
porque o importante é que cada um destes "pobres" escrevinhadores
vendam os livros?
Depois
inventam-se antologias e colectâneas, uma outra forma de efectivarem as vendas,
cobrando antecipadamente a cada autor, garantindo à editora que, antes de sair
a antologia, esta já está paga por antecipação.
Há que abrir
os olhos, minha gente.
As editoras
não são casas da misericórdia, querem ganhar dinheiro, assim sendo, vendem livros
dos consagrados, sempre os mesmos, ou, daqueles que têm a sorte de trabalharem
nas TV's ou rádios.
O resto que
anda por aqui, com o eu, somos ralé, não valemos um caracol e olhem que há
gente anónima que escreve muito melhor que muitos "famosos".
Não corro o
risco de, com este texto, alguma editora me recusar, pois não tenho intenção de
voltar a editar, pelo menos, que não tenha de ser eu a vender e incomodar os
amigos, numa venda de quase pedinchice.
José Carlos
Moutinho
segunda-feira, 17 de julho de 2017
Vulcão e lava
Quando tuas mãos são caudais
escaldantes
que, ao passarem p’lo rio do
meu corpo
tornam-se loucos poros
viajantes
p’la pele do meu prazer e
conforto…
Tua boca é vulcão de doce
néctar
e os teus túrgidos seios
como lava,
deixam-me o peito em fogo a
crepitar,
clímax dos nossos beijos em
brasa!
Em crescente excitação sem
tempo,
sobre o leito do inquieto
desejo
dois corpos rolam em ais de
arquejo…
Naquela luta sem dor nem
lamento
venceu o efémero prazer da
paixão,
findo o fogo da lava e do vulcão.
José Carlos Moutinho
sexta-feira, 14 de julho de 2017
terça-feira, 11 de julho de 2017
As palavras inquietam-se
As palavras
inquietam-se em mim,
fervilham como
vulcões de anseios,
inventam-se
utopias de arlequim,
vestem-se em
palavras de devaneios
Estas palavras
que sorriem e choram
deixam-me sem
saber o que escrever,
quando à minha
mente não afloram
os poemas, que
me dão mais prazer
Acabamos por
nos entender, no final,
um pouco de
imaginação, faço poema
que poderá
sair bem ou talvez mal,
fica ao
critério do apreciador do tema
Agora que a
inquietude se fez remanso,
abraço-me às palavras
minhas amigas,
grato, pois
com elas jamais me canso
de escrever sonetos,
fados ou cantigas
José Carlos
Moutinho
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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas
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