sábado, 26 de março de 2016

Se eu fosse rei



Ainda que por pouco tempo, eu fosse rei,
mandaria plantar flores no chão da hipocrisia,
obrigaria os desprotegidos, por decreto lei
a terem uma vida digna com muita alegria,
Ai, se eu fosse rei, mesmo que por um dia,
daria foral a todos os infelizes abandonados
para se vestirem de amor e despirem agonia
e que na vida fossem pela sorte, bafejados,
Garanto a todos, meus amigos, se fosse rei,
ordenaria um pagem a divulgar uma certa lei
que decretasse ao povo viver em felicidade
e puniria quem se pensasse dono da verdade,
Aos altruístas e solidários prestaria homenagem,
ensinaria caminhos rectos aos perdidos da vida,
forçaria os arrogantes a prestarem vassalagem
até se converterem em gente enaltecida,
Se eu fosse rei, ainda que por uma só hora
como soberano, poderia até ser autoritário,
juro-vos que  mandaria tanta gente embora
deste país, onde quem manda é tão arbitrário,
Mas se um minuto fosse o meu tempo de rei,
daria ordens ao vento que levasse as tristezas
trouxesse alegrias e abraços a toda a grei,
ao sol pediria alimento para todas as mesas.

Mas como não sou rei, mas sim um sonhador,
faço dos meus desejos, vontade desatinada,
por que entra em mim tão profundamente a dor
de gente que no mundo tem a vida destroçada.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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