sábado, 29 de novembro de 2014

Sonhei, gaita!





Sonhei!
Um sonho tão maravilhoso que me deixou eufórico,
Saltei da cama, vim à janela,
A alvorada tinha despertado,
E os seus raios luminosos
Já iluminavam as almas…
Trimmmmm…maldito despertador!
Acordei!
Acordei para a triste realidade
De que o sonho tinha sido uma ilusão!
Portugal continuava o mesmo,
As pessoas com semblantes tristes,
Gente andrajosa, tiritando de frio,
Estômagos colados nas costas, com fome!
Gaita!
Porque sonhei uma coisa destas,
Seria por provocação à minha essência?

Pus-me a pensar da razão de tal sonho
e surge-me à mente decepcionada, esta revolta:

Que me importa que o Afonso primeiro
Tenha corrido à espadeirada os mouros?
Se hoje somos nós os corridos
pelos afonsos da incompetência!

Que me importa que a padeira
Tenha rachado cabeças aos castelhanos?
Se hoje as cabeças rachadas são as nossas
pela falta de emprego!

Que me importa que o Vasco da Gama
Tenha descoberto o caminho marítimo para a India?
Se hoje são os nossos jovens
que tentam descobrir o caminho do seu futuro!

Que me importa que tivéssemos um Império,
E dado novos mundos ao mundo?
Se hoje não temos pátria, nem emprego, nem lar nem futuro!

Que me importa que digam que os cortes
dos salários, da saúde, da educação,
são para garantir o futuro do país,
se esbanjam em interesse próprio?
O nosso futuro é HOJE.
Temos de comer e não temos.
Queremos empregos e não temos.
Queremos um lar e perdemos o que tinhamos!

O que me importa…
O que realmente me importa é que recuperemos a dignidade
e o direito de sermos tratados como humanos
e cidadãos de pleno direito,
neste triangulo terrestre a que chamaram
jardim à beira mal plantado,
e que hoje não passa de um campo de flores murchas,
secas à mingua de esperança.

O que me importa é que haja vergonha
e responsabilidade, sem demagogia,
e que a política seja usada para bem da Nação
e não dos partidos e afins!

José Carlos Moutinho
29/11/14

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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