sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Estou cansado





Sinto que começo a sentir-me cansado,
não me perguntem a razão do meu cansaço,
só sei que estou confuso com vaidades
que nos ultimos tempos tenho observado
e sinto insinuosa, uma brisa,
não daquelas que afagam docemente,
mas sim, daquelas gélidas, penetrantes
que nos congelam o coração
e entorpecema alma,
obrigando-nos a pensar na verdade
dos sorrisos e dos amolecidos abraços
e das ironias que entre as luzes da ribalta
se colam nas nossas costas!

Começo a sentir-me cansado
da minha tolerância, perante a petulância
e irritado pelo protagonismo
dos que se ousam atrevidamente
entre searas de dourados trigais,
sem arte para a plantação,
nem sequer foice, para a colheita!

Estou efectivamente cansado
e envergonhado pela minha complacência
perante tanto nefasto joio,
que infesta as plantações de amizades
e as faz secar pelos campos do futuro!

Desculpem este meu cansaço
e este meu sentir entristecido,
sei que com o advir da Primavera
relaxarei este meu cansaço
e talvez, deixe de continuar cansado!

Agora estou francamente cansado
e profundamente irritado!

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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