Cambaleia pela cidade,
floresta de muros
doem-lhe os pés ao pisarem
as calçadas frias,
o vento agride-lhe o rosto
sem cor,
Caminha em desvario
pelas estreitas e escuras
ruas sem vida,
o sol escondeu-se nas mágoas
as tardes esmoreceram
nas cinzentas nuvens do
amanhã,
Deambula perdido em si,
esventrando as noites
caladas pelas dores,
Alvorece sentado no muro,
muro nascido na floresta
desumana
a que ele se confinou.
José Carlos Moutinho
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