Solto palavras, como
suspiros,
Que se perdem pelos atalhos
das ilusões,
Deambulam por entre sentires
Que se esvoaçam como
colibris,
Entre flores, em busca de
néctares da vida!
Mas estas palavras caladas,
Esmorecem-se pela ausência
dos perfumes
Ressequidos, pelos ventos do
tempo,
E amolecem-se em recantos de
saudade!
...E recordar como estas
mesmas palavras
Tinham a força da alegria,
Conseguiam fazer vibrar
corações
Ansiosos pela doçura, com
que as palavras
Os acariciavam...
Agora neste tempo, tão sem
tempo,
Cansaram-se as palavras,
Que de pálidas cores, vão
fenecendo,
Sem a pujança e o arrojo de
outrora,
Porque nos atalhos por onde
deambulam
Não mais encontram ilusões,
Porque estas, se perderam
nos mesmos atalhos,
Dos caminhos, onde as flores
perderam o néctar,
E a vida foi finita pelos
bicos cerrados dos colibris.
José Carlos Moutinho
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