sábado, 20 de agosto de 2011

Nada ter e nada ser




Caem folhas secas,
De momentos perdidos
Pelo tempo esquecidos;
Amontoado de esperanças idas,
Em temporal de desalentos,
No vendaval da vida entontecida,
Pelas vicissitudes e agruras do nada!
Sob esta árvore ressequida,
Onde se esconde a fragilidade
Do viver, abandonado,
Alienado por todos,
Corre uma aragem de frio desencanto,
Pelos descompassos de um sentir vazio,
Arrítmico, desvairado, abafado,
Na indiferença de uma vida amorfa,
Como campos de flores sem pétalas,
Aves sem voz,
Luares em penumbra,
Sóis empalidecidos pelas nuvens
Que os ventos arrastam,
Embrutecidas pela vileza de outrem,
Sentidos sem sentidos
Do nada ter e nada ser.

José Carlos Moutinho

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Entrevista com Planeta Azul, editora de Calemas

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